quarta-feira, 26 de setembro de 2012

BIOGRAFIA - ALLAN KARDEC

ALLAN KARDEC

(Denizard Hyppolyte Léon Rivail)* 1804 -   +1869

O menino de olhos claros, de personalidade enérgicae perseverante.
Allan Kardec era uma pessoa totalmente oposta aoprotótipo de um místico ou de um iluminado. Homemmuito inteligente, de temperamento calmo, racional elógico, nunca possuiu nenhum tipo de mediunidade.Embora tido pelos espíritas como um missionário,jamais se proclamou como tal. Sua doutrina não éproduto de uma tese pessoal, de cunho personalista, elaborada por revelação em algum "lugar santo", isolado, após alguma super experiência mística esolitária, totalmente subjetiva.
Nascido em Lyon, França, em 3 de Outubro de 1.804 no seio de uma família simples de juízes e advogados, batizado como Denizard Hyppolyte Léon Rivail.
O pequeno Rivail nasceu em uma época de gravesagitações políticas, conflitos sociais e religiosos, nãoapenas na França, mas em todo o mundo. Era aépoca de Napoleão I. Os franceses sofriam o peso deintermináveis chacinas e toda a Europa se transformara em sangrento campo de batalha.
O materialismo, a descrença, a intolerância religiosapredominavam. Os membros proeminentes do clero,com raras exceções, compartilhavam avidamente daroda dos interesses mundanos, tragicamente esquecidos do exemplo do Sublime Nazareno, dequem se auto-intitulavam legítimos representantes na Terra.
Aos 12 anos, Rivail concluiria seus estudos em suaamada Lyon. Seus pais, desejosos em lhe oferecerboa educação, vivendo o clima das lutas religiosasreinantes na França de então, entenderam por bemconfiar o único filho ao famoso educador Johann Heinrich Pestalozzi, o mais sábio, respeitado ecélebre professor daquele tempo, precursor damoderna educação, da chamada "escola ativa" efundador da primeira escola profissional do mundo, na Suíça.


O jovem professor Rivail, seu Instituto e suas obras.
Em 1824 retornaria para Paris, França, e se dedica ao ensino e a publicação de obras pedagógicas que seriam umgrande sucesso, levando na intimidade de sua alma, as lições inesquecíveis do grande educador, cuja influênciamoral jamais deixaria de inspirá-lo, durante todos os grandes momentos de sua vida missionária.
Em 1825, já falava 6 línguas quando ele abriu sua própria escola de primeiro ano, seguindo-se em 1826 daabertura do Instituto Técnico Rivail que ensinava física, matemática, astronomia, anatomia comparada e retórica. Redigiu também uma séria de livros sobre assuntos diversos para a Universidade da França, e continuando aperseguir a realização de suas obras de ensino, que ao por volta do ano de 1840 era um educador reputado e respeitado que poderia simplesmente viver da renda de seus livros pelo resto dos seus dias.

Em 1832 aos 27 anos, casa-se com distinta professora, a senhorita Amelie Boudet, uma jovem culta, poetisa e pintora que conhecera no "Instituto Educacional Técnico". Lecionava letras e belas-artes.

Em 1854 Rivail, com 50 anos, é um mestre respeitado, escritor reconhecido com obras didáticas adotadas pelaUniversidade da França. Equilibrado, sua mente está amadurecida e o coração sereno e compassivo, pronto paradar início ao cumprimento da missão que haveria de desempenhar.
Até então, não havia tido nenhum interesse pelas manifestações espíritas que a França e toda a Europa voltavam a atenção para os fenômenos das chamadas "mesas girantes". Pessoas de todos os níveis culturais e sociais,indiferentemente de suas convicções religiosas, estavam às voltas com sessões em que se realizavam fenômenosde efeitos físicos.

Nessas sessões, as mesas eram movimentadas por entidades espirituais, respondendo, por códigos, às perguntasfeitas pelos participantes. Muitas pessoas sérias, orientadas por espíritos bondosos e sábios, obtinhamcomunicações elevadas e interessantes. Mas em geral, esses fenômenos se davam para o divertimento dos salõesparisienses, alheios para compreender a extensão do novo fenômeno.
A desmistificação do conhecimento secreto.
Foi o magnetizador Fortier quem falou ao professor Rivail sobre esses espantosos fatos mediúnicos. Outro amigo,companheiro de juventude, um corso de nome Carloti, também chamou-lhe a atenção sobre tais acontecimentosinexplicáveis. Em razão de sua mentalidade crítica e científica, o respeitado professor manteve-se reservado edistante.
Até que um dia, no lar dos amigos sr. Pârtier e senhora Plainemaison, pela primeira vez, assiste a diversosfenômenos mediúnicos, onde as mesas saltavam e corriam, sozinhas. O que o professor via em casa de seusamigos, repetia-se por todas as partes do mundo. Mas os assistentes, com raras exceções, pareciam nãocompreender o alcance de tudo aquilo, fazendo dessas reuniões um passatempo ocioso e fútil.
Mais tarde, diria Allan Kardec: "Entrevi naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daquelesfenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim mesmo investigar afundo". Assim se inicia um trabalho de monge que se seguiria durante 2 anos.
É interessante observar que a excelência doutrinária inegável do Espiritismo, codificado por Allan Kardec deve-se,em sua quase totalidade, à mediunidade de quatro meninas que foram: Caroline e Julie Boudin (16 e 14 anos,respectivamente), Ruth Japhet e Aline Carlotti— verdadeiros anjos reveladores da nova mensagem do Céu paraos dias futuros.


Assim, Rivail mudaria o rumo dos experimentos, dirigindo perguntas filosóficas, recolhendo informações, comparando-as, categorizando-as. Em sessões especiais, utilizaria a mediunidade de duas meninas, filhas de seuamigo Boudin, Caroline e Julie, quando recebe a maior parte dos ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos. No decorrer dos fatos, um grupo de pesquisadores que já havia acumulado mais de 50 cadernos com comunicaçõesrecebidas, lhe pede para que as revisem e ordenem. Recusa-se inicialmente mas em seguida empreende estatarefa monumental que culminaria com a publicação do Livro dos Espíritos, assim mesmo entitulado a pedido dosespíritos para bem marcar a sua origem.
A mensagem do antigo druida para as gerações futuras.

1857 – Em Abril por ocasião do lançamento de O Livro dos Espíritos , o professor Rivail resolveu apresentá-lo apúblico com o seu antigo nome gaulês Allan Kardec, nome que lhe foi revelado por um espírito guia e que tinhasido seu discípulo quando ele foi um sacerdote gaulês, um druida, numa existência anterior, ao tempo de Júlio César, na Gália (na verdade, antigo nome do território francês).

1858 – 1º de Janeiro surge a Revista Espírita, dirigida pessoalmente por Allan Kardec, até sua desencarnação,em 1869. Três meses depois, é fundada a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, e neste mesmo ano, Kardec publica um pequeno livro de esclarecimentos doutrinários denominado Instruções Práticas sobre asManifestações Espíritas.

1859 – Mais uma obra do codificador é trazida à lume: O que é o Espiritismo, uma introdução aos estudos dadoutrina.

1861 – Nos primeiros dias do ano, o infatigável missionário publica outra obra: O Livro dos Médiuns. Considera-o como sendo "a continuação de O Livro dos Espíritos", pois também neste, os ensinamentos pertencem aosespíritos.

1862 – Em 15 de Janeiro aparece um pequeno livro intitulado O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples,também de autoria do antigo druida. Trata-se de uma síntese da Doutrina, escrita com simplicidade, "ao alcancede qualquer inteligência", esclarece o missionário. De suas viagens aos espíritas de Bordeaux e Lyon se originamais duas publicações: Viagem Espírita de 1862, e Refutações às Críticas contra o Espiritismo.

1864 – Kardec publica uma pequena brochura: Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas e também a obra quese consiste em verdadeiro tratado moral dos ensinamentos de Jesus: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

1865 – Em agosto é publicado pela Livraria Espírita de Paris seu novo livro:O Céu e o Inferno – A Justiça deDeus Segundo o Espiritismo. Explica o codificador que o homem carrega dentro de si a necessidade de crer, maspara que essa crença satisfaça a seus anseios,ela deve corresponder às suas necessidades intelectuais.

1868 – O grande missionário publica uma obra de grande valor científico: "A Gênese — Os Milagres e asPredições Segundo o Espiritismo". Nesta obra o codificador deixa o campo exclusivamente doutrinário paraevidenciar as relações do Espiritismo com a ciência.
O retorno à Vida Maior.

Allan Kardec planeja muitas coisas em favor da Doutrina. Intenciona escrever novas obras e construir uma casa-abrigo para os trabalhadores do Espiritismo que envelhecessem sem recursos. Com as economias provenientes desuas obras pedagógicas, comprara um terreno na Avenida Ségur.
No dia 31 de março de 1869, entre 11 e 12 horas da manhã, ao atender a um visitante que lhe solicita umexemplar da "Revista Espírita", repentinamente, a velha enfermidade do coração liberta seu grandioso espírito.

Conclusão: A possibilidade de ser e tornar-se cada vez mais e melhor.
A mensagem espírita, bem compreendida em teoria e prática, descortina a seus adeptos um vasto horizontereligioso-filosófico-científico, proporcionando um gradativo refinamento de cogitações e conseqüente elevação deaspirações.
Uma educação espiritual consistente, não coercitiva, racional e consoladora — este é o legado de Allan Kardec, oantigo druida ressurgido. Sua mensagem é destinada às gerações futuras, mais despojadas e sublimadas pela dordo milenar desengano resultante da pertinente transgressão às leis divinas. Estas gerações compreenderão aTerceira Revelação, pois que a viverão em profundidade. A evidência da vida ultrafísica se imporá, irrefutavelmente, convergindo a humanidade para a religião interior, cósmica, referida por Jesus como a que seria vivenciada "em espírito e verdade" — unificando o rebanho disperso em torno do único Pastor.