Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro:
Irmão. Lição nº 04. Página 26.
Compadece-te
dos que não pensam com as tuas idéias e não lhes encareces a vida em tua
própria vida, afastando-os da senda a que foram convocados.
Chamem-se
pais ou filhos, cônjuges ou irmãos, amigos ou parentes, companheiros e
adversários, diante de ti, cada um daqueles que te compartilham a existência é
uma criatura de Deus, evoluindo em degrau diferente daquele em que te vês.
Ensina-lhes
o amor ao trabalho, a fidelidade ao dever, o devotamento à compreensão e o
cultivo da misericórdia, que isso é dever nosso, de uns para com os outros,
entretanto, não lhes cerres a porta de saída para os empreendimentos de que se
afirmam necessitados.
Habituamo-nos
na Terra a interpretar por ingratos aqueles entes queridos que aspiram a
adquirir uma felicidade diferente da nossa, entretanto, na maioria das vezes,
aquilo que nos parece ingratidão é mudança do rumo em que lhes cabe marchar
para a frente.
Quererias
talvez titulá-los com os melhores certificados de competência, nesse ou naquele
setor de cultura, no entanto, nem todos vieram ao berço com a estrutura
psicológica indispensável aos estudos superiores e devem escolher atividades
quase obscuras, não obstante respeitáveis, a fim de levarem adiante a própria
elevação ao progresso.
Para
outros, estimarias indicar o casamento que se te figura ideal, no campo das
afinidades que te falam de perto, no entanto, lembra-te de que as
responsabilidades da vida a dois pertencem a eles e não a nós, e saibamos
respeitar-lhes as decisões.
Para
alguns terás sonhado facilidades econômicas e domínio social, contudo, terão
eles rogado à Divina Sabedoria estágios de sofrimento e penúria, nos quais
desejem exercitar paciência e humildade.
Para
muitos terás idealizado a casa farta de luxuosa apresentação e não consegues
vê-los felizes senão em telheiros e habitações modestas, em cujos recintos
anseiam obter as aquisições de simplicidade de que se reconhecem carecedores.
Decerto,
transmitirás aos corações que amas tudo aquilo que possuis de melhor, no
entanto, acata-lhes as escolhas se te propões a vê-los felizes.
Respeita
os pensamentos e afinidades de cada um e aprende a esperar.
Todos
estamos catalogados nas faixas de evolução em que já estejamos integrados.
Se
entes queridos te deixam a presença e companhia, não lhes conturbes a vida nem
te entregues a reclamações.
Cada
um de nós é atraído para as forças com as quais entramos em sintonia.
E
se te parece haver sofrido esse ou aquele desgaste afetivo, não te perturbes e
continua trabalhando na seara do bem.
Pelo
idioma do serviço que produzas, chamarás a ti, sem palavras, novos companheiros
que te possam auxiliar e compreender.
Não
prendas criatura alguma aos teus pontos de vista e nem sonegues a ninguém o
direito da liberdade de eleger os seus próprios caminhos.
Se
as tuas afinidades pessoais ainda não chegaram para complementar-te a
tranquilidade e a segurança é que estão positivamente a caminho.
E
assim acontecerá sempre, porque fomos chamados a amar-nos reciprocamente e não
para sermos escravos uns dos outros, porque, em princípio, compomos uma família
só e todos nós somos de Deus.