segunda-feira, 8 de julho de 2013

Livre-arbítrio

Livre-arbítrio e Lei de Causa e Efeito


1 – Livre-arbítrio e Lei de Liberdade
Livre-arbítrio
Atingido o patamar evolutivo, que permite ao Espírito integrar-se ao reino humano, conquista ele a faculdade do livre-arbítrio, ou seja, passa a ter a liberdade de escolha, e torna-se, a partir de então, artífice do seu próprio destino.
Como conseqüência natural do poder escolher, temos a responsabilidade pela escolha como característica básica deste momento evolutivo. Por isso, essa faculdade só pode ser conquistada pelo ser pensante no momento em que ele se acha maduro para tal.
O livre-arbítrio é sempre proporcional à condição evolutiva do ser. Nos primeiros momentos de humanidade, o Espírito quase não o tem. Está mais sujeito ao determinismo, porque não tem conhecimento nem experiência para avaliar melhor sua escolha. É como aquela criança a quem não permitimos realizar determinadas ações, por ela não conhecer ainda os perigos que corre.
Nesta fase, o Criador, em sua infinita misericórdia, permite que Espíritos mais elevados tracem-lhe o caminho a seguir, como forma de suprir-lhe a falta de experiência.
O Espírito de média evolução tem menos restrita esta faculdade. É como o jovem, que após passar pela disciplina necessária do momento infantil, tem mais possibilidades de decisão.
O Espírito evoluído é como o homem maduro em que as provações e os corretivos já formaram sua personalidade, e como conseqüência sua liberdade é maior.
Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre-arbítrio se harmonizará plenamente com a verdade total, com as deliberações superiores. Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.
E aí repetiremos com Ele:
“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar sua obra.” (João, 4: 34)
Lei de Liberdade
A liberdade é condição básica para que o Espírito se realize. Deus o criou de tal forma que, por natureza, ele busque sempre se libertar, mesmo que de forma inconsciente.
Essa liberdade, porém, não é absoluta, porque a necessidade que tem ele de viver em sociedade, o condiciona a respeitar determinadas normas, porque este direito é dado também a cada um de seus semelhantes.
Com isto não queremos dizer que há a necessidade de uma pessoa se sujeitar à outra por completo, isto seria contrário à lei de Deus.
A escravidão, tenha ela qualquer codinome, é e sempre foi amoral, por isso a necessidade do entendimento da verdade cristã: E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, para que não escravizemos ninguém e nem sejamos escravos de nossas próprias imperfeições.
Muitas vezes a desigualdade das aptidões tem sido desculpa para o domínio dos fracos, isto porque esquecemos a Caridade Cristã, que nos define como dever, auxiliar o nosso semelhante naquilo que temos possibilidade, conforme sua necessidade.
São os Espíritos quem dizem:
É contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem (...)
Portanto temos que a liberdade legítima, decorre da legítima responsabilidade, não podendo triunfar sem esta.
Liberdade de Pensar -Só no pensamento, goza o homem de total liberdade.
A espontaneidade e a criatividade, como fatores espirituais que são, devem sempre estar presentes no pensamento da criatura. É por aí que o Espírito se identifica, evitando que a criatura se robotize, apenas repetindo em circuito fechado o que lhe imprimem, através dos modernos meios de massificação. Como conseqüência, a criatura é sempre responsável pelos seus pensamentos, e pela faixa mental em que se encontra.
Liberdade de Consciência - Por ser a liberdade de consciência corolário da liberdade de pensar, é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.
Assim como os homens, pelas suas leis, regulam as relações de homem para homem, Deus, pelas leis da natureza, regula as relações entre ele e o homem.
De acordo com a questão 621 de “O Livro dos Espíritos”, a Lei de Deus está gravada na consciência de cada um. Desta forma, identificamos o porquê da liberdade de consciência, e da sua progressividade à medida que a realizamos em nós.
Fatalidade e Destino - Segundo a codificação Espírita, fatalidade só pode ser entendida como um componente da lei de liberdade, isto é, quando tomamos uma certa atitude, determinamos uma conseqüência, que será boa ou má, de acordo com o conteúdo da ação.
Para elucidar melhor, colhemos as seguintes considerações de André Luiz:
Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.
O Espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio escolheu de conformidade com os débitos contraídos.
(...)Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou delinqüente(…). Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser.
A esse mecanismo denominamos “Lei de Causa e Efeito”, e estudaremos suas particularidades, a seguir.
Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO - 1997
Site: http://www.autoresespiritasclassicos.com/
Livros: “Estudando o Evangelho”, cap. 30
“O Livro dos Espíritos”, questão 829
“O Livro dos Espíritos”, questão 836
“O Livro dos Espíritos”, questão 851
“Evolução em Dois Mundos”, 2ª parte, cap XVIII

sábado, 1 de junho de 2013

RESPEITO MÚTUO


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Irmão. Lição nº 04. Página 26.

Compadece-te dos que não pensam com as tuas idéias e não lhes encareces a vida em tua própria vida, afastando-os da senda a que foram convocados.

Chamem-se pais ou filhos, cônjuges ou irmãos, amigos ou parentes, companheiros e adversários, diante de ti, cada um daqueles que te compartilham a existência é uma criatura de Deus, evoluindo em degrau diferente daquele em que te vês.

Ensina-lhes o amor ao trabalho, a fidelidade ao dever, o devotamento à compreensão e o cultivo da misericórdia, que isso é dever nosso, de uns para com os outros, entretanto, não lhes cerres a porta de saída para os empreendimentos de que se afirmam necessitados.

Habituamo-nos na Terra a interpretar por ingratos aqueles entes queridos que aspiram a adquirir uma felicidade diferente da nossa, entretanto, na maioria das vezes, aquilo que nos parece ingratidão é mudança do rumo em que lhes cabe marchar para a frente.

Quererias talvez titulá-los com os melhores certificados de competência, nesse ou naquele setor de cultura, no entanto, nem todos vieram ao berço com a estrutura psicológica indispensável aos estudos superiores e devem escolher atividades quase obscuras, não obstante respeitáveis, a fim de levarem adiante a própria elevação ao progresso.

Para outros, estimarias indicar o casamento que se te figura ideal, no campo das afinidades que te falam de perto, no entanto, lembra-te de que as responsabilidades da vida a dois pertencem a eles e não a nós, e saibamos respeitar-lhes as decisões.

Para alguns terás sonhado facilidades econômicas e domínio social, contudo, terão eles rogado à Divina Sabedoria estágios de sofrimento e penúria, nos quais desejem exercitar paciência e humildade.

Para muitos terás idealizado a casa farta de luxuosa apresentação e não consegues vê-los felizes senão em telheiros e habitações modestas, em cujos recintos anseiam obter as aquisições de simplicidade de que se reconhecem carecedores.

Decerto, transmitirás aos corações que amas tudo aquilo que possuis de melhor, no entanto, acata-lhes as escolhas se te propões a vê-los felizes.

Respeita os pensamentos e afinidades de cada um e aprende a esperar.

Todos estamos catalogados nas faixas de evolução em que já estejamos integrados.

Se entes queridos te deixam a presença e companhia, não lhes conturbes a vida nem te entregues a reclamações.

Cada um de nós é atraído para as forças com as quais entramos em sintonia.

E se te parece haver sofrido esse ou aquele desgaste afetivo, não te perturbes e continua trabalhando na seara do bem.

Pelo idioma do serviço que produzas, chamarás a ti, sem palavras, novos companheiros que te possam auxiliar e compreender.

Não prendas criatura alguma aos teus pontos de vista e nem sonegues a ninguém o direito da liberdade de eleger os seus próprios caminhos.

Se as tuas afinidades pessoais ainda não chegaram para complementar-te a tranquilidade e a segurança é que estão positivamente a caminho.


E assim acontecerá sempre, porque fomos chamados a amar-nos reciprocamente e não para sermos escravos uns dos outros, porque, em princípio, compomos uma família só e todos nós somos de Deus.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Aptidões especiais dos médiuns


185. A
mediunidade apresenta uma variedade infinita de matizes, que constituem os chamados médiuns especiais, dotados de aptidões particulares, ainda não definidas, abstração feita das qualidades e conhecimentos do Espírito que se manifesta.
A natureza das comunicações guarda sempre relação com a natureza do Espírito e traz o cunho da sua elevação, ou da sua inferioridade, de seu saber, ou de sua ignorância. Mas, em igualdade de merecimento, do ponto de vista hierárquico, há nele incontestavelmente uma propensão para se ocupar de uma coisa preferentemente a outra. Os Espíritos batedores, por exemplo, jamais saem das manifestações físicas e, entre os que dão comunicações inteligentes, há Espíritos poetas, músicos, desenhistas, moralistas, sábios, médicos, etc. Falamos dos Espíritos de mediana categoria, por isso que, chegando eles a um certo grau, as aptidões se confundem na unidade da perfeição. Porém, de par com a aptidão do Espírito, há a do médium, que é, para o primeiro, instrumento mais ou menos cômodo, mais ou menos flexível e no qual descobre ele qualidades particulares que não podemos apreciar.
Façamos uma comparação: um músico muito hábil tem ao seu alcance diversos violinos, que todos, para o vulgo, são bons instrumentos, mas que são muito diferentes uns dos outros para o artista consumado, o qual descobre neles matizes de extrema delicadeza, que o levam a escolher uns e a rejeitar outros, matizes que ele percebe por intuição, visto que não os pode definir. O mesmo se dá com relação aos médiuns. Em igualdade de condições quanto às forças mediúnicas, o Espírito preferirá um ou outro, conforme o gênero da comunicação que queira transmitir. Assim, por exemplo, indivíduos há que, como médiuns, escrevem admiráveis poesias, sendo certo que, em condições ordinárias, jamais puderam ou souberam fazer dois versos; outros, ao contrário, que são poetas e que, como médiuns, nunca puderam escrever senão prosa, mau grado ao desejo que nutrem de escrever poesias. Outro tanto sucede com o desenho, com a música, etc. Alguns há que, sem possuírem de si mesmos conhecimentos científicos, demonstram especial aptidão para receber comunicações eruditas; outros, para os estudos históricos; outros servem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos moralistas.. Numa palavra, qualquer que seja a maleabilidade do médium, as comunicações que ele com mais facilidade recebe trazem geralmente um cunho especial; alguns existem mesmo que não saem de uma certa ordem de idéias e, quando destas se afastam, só obtêm comunicações incompletas, lacônicas e não raro falsas. Além das causas de aptidão, os Espíritos também se comunicam mais ou menos preferentemente por tal ou qual intermediário, de acordo com as suas simpatias. Assim, em perfeita igualdade de condições, o mesmo Espírito será muito mais explícito com certos médiuns, apenas porque estes lhe convêm mais.
186. Laboraria, pois, em erro quem, simplesmente por ter ao seu alcance um bom médium, ainda mesmo com a maior facilidade para escrever, entendesse de querer obter por ele boas comunicações de todos os gêneros. A primeira condição é, não há contestar, certificar-se a pessoa da fonte donde elas promanam, isto é, das qualidades do Espírito que as transmite; porém, não é menos necessário ter em vista as qualidades do instrumento oferecido ao Espírito. Cumpre, portanto, se estude a natureza do médium, como se estuda a do Espírito, porquanto são esses os dois elementos essenciais para a obtenção de um resultado satisfatório. Um terceiro existe, que desempenha papel igualmente importante: é a intenção, o pensamento íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga. Isto facilmente se concebe. Para que uma comunicação seja boa, preciso é que proceda de um Espírito bom; para que esse bom Espírito a POSSA transmitir indispensável lhe é um bom instrumento; para que QUEIRA transmiti-la, necessário se faz que o fim visado lhe convenha.
O Espírito, que lê o pensamento, julga se a questão que lhe propõem merece resposta séria e se a pessoa que lha dirige é digna de recebe-la. A não ser assim, não perde seu tempo em lançar boas sementes em cima de pedras e é quando os Espíritos levianos e zombeteiros entram em ação, porque, pouco lhes importando a verdade, não a encaram de muito perto e se mostram geralmente pouco escrupulosos, quer quanto aos fins, quer quanto aos meios.

sexta-feira, 29 de março de 2013

O que é um Médium. As várias mediunidades


Médiuns são criaturas de sensibilidade aguçada, que podem registrar a presença de espíritos e podem, também, transportar-se para o Plano Espiritual e descrever cenas e fatos.  Podem ouvir espíritos e emprestar seu corpo físico para servir de veículo de manifestação temporária de espíritos desencarnados.


O fato de o indivíduo ser médium não lhe confere, necessariamente, a coroa de santificação.  Médium é apenas um trabalhador da verdade que, quanto mais moralizado e evangelizado for, melhor terá condições de servir ao próximo e de ser veículo de espíritos superiores.  Médiuns existem no Espiritismo e fora dele.  O Espiritismo não inventou os médiuns; a Doutrina Espírita procura educar, orientar, ajudar o médium a cumprir fielmente o preceito cristão de "dar de graça aquilo que de graça recebemos".

         Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.  Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.  Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.  Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.  Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.  É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. 

sábado, 12 de janeiro de 2013